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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Um barco em perigo




Leitura: Lucas 8:22-25

O rompimento de Jesus com seus laços familiares é seguido de uma tempestade. Aqueles que foram os primeiros ou únicos a se converterem em uma família de incrédulos sabem muito bem o que isto significa. A tempestade realmente vem, e aqui ela precede um embate direto com uma legião de demônios na terra dos gadarenos. É para lá que Jesus quer ir, e convida os discípulos a entrarem com ele no barco e partirem naquela direção.

"Enquanto navegavam, ele adormeceu. Abateu-se sobre o lago um forte vendaval, de modo que o barco estava sendo inundado, e eles corriam grande perigo" (Lc 8:22-23).

 Se você se surpreende por enfrentar tempestades em sua vida depois de convertido, não se espante: o fato de Jesus estar no barco não significa que você terá uma vida calma e tranquila. Lembre-se de que, assim como os discípulos, você navega agora em um ambiente hostil, que é o mundo.

"Os discípulos foram acordá-lo, clamando: 'Mestre, Mestre, vamos morrer! '". Enfrentar dificuldades com Cristo no barco é normal; temer a morte e o juízo eterno não é normal se você já creu em Jesus.

Quem já foi salvo jamais se perderá eternamente; a salvação é irrevogável. Embora muitos líderes religiosos ensinem o contrário, principalmente pelo receio de perderem seus seguidores, a salvação eterna daquele que verdadeiramente crê em Jesus é um fato consumado.

Se você duvida do que estou dizendo, então acredite no que Jesus diz:

 "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai".  Jo 10:27-29

 Quer mais? 

"Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida"     (Jo 5:24).

Duvidar disso é fazer o que os discípulos fazem aqui ao acharem que vão morrer no mesmo barco em que está o autor da vida.

 Jesus acorda, repreende o vento e a violência das águas e tudo fica calmo e tranquilo. Então ele pergunta aos discípulos: "Onde está a sua fé?". Atemorizados, os discípulos perguntam: "Quem é este que até os ventos e às águas dá ordens, e eles lhe obedecem?".

 Eles andavam com Jesus, mas não o conheciam. E você, conhece a Jesus? Já creu nele como seu Salvador? Confia que seus pecados foram todos pagos por ele lá na cruz e agora pode desfrutar de paz com Deus?

Ou ainda está tentando negociar com Deus uma salvação baseada em suas obras e perseverança? 

Se for assim, você não confia em Cristo, você confia em si próprio. 



por Mário Persona, com adaptações.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O Fim dos Vínculos Naturais



Leitura: Lucas 8:19-21

A mãe e os irmãos de Jesus vão ao encontro dele, mas não conseguem entrar na casa por causa da multidão. O que será que Maria e seus outros filhos querem com Jesus? No evangelho de Marcos temos mais detalhes deste episódio: "Quando seus familiares ouviram falar disso, saíram para apoderar-se dele, pois diziam: 'Ele está fora de si'... Então chegaram a mãe e os irmãos de Jesus. Ficando do lado de fora, mandaram alguém chamá-lo" (Mc 3:21, 31).

O recado de Jesus aos que o chamam revela uma guinada em seu ministério: "Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam" (Lc 8:21)

Aqui ele rompe os vínculos naturais da carne e passa a considerar como família os que ouvem e obedecem a Palavra. Trata-se de uma família que não é formada pelos que nasceram da carne, mas de Deus. "O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito" (Jo 3:6). 

Nossos vínculos naturais podem comprometer a obediência à verdade. Um médico não deve operar um parente próximo, como cônjuge, pais ou filhos, pois suas emoções naturais podem interferir e causar um dano maior.

 Nosso discernimento espiritual é prejudicado quando julgamos as coisas pelos vínculos naturais. A família de Jesus ainda o trata segundo a carne. Seus irmãos ainda não creem nele e acham que ele esteja sofrendo de alguma insanidade. No evangelho de João lemos que "nem mesmo seus irmãos criam nele" (Jo 7:5). 

Em sua segunda carta aos cristãos em Corinto Paulo escreve que "de agora em diante a ninguém mais conhecemos do ponto de vista humano" -- ou segundo a carne. "Ainda que antes tenhamos conhecido a Cristo dessa forma, agora já não o conhecemos assim" (2 Co 5:16).

Apesar da importância que Deus dá aos laços de família, não devemos nos esquecer de que a queda do homem também envolveu um vínculo familiar: o amor natural que Adão tinha por Eva, sua esposa.

A história você conhece: A serpente argumentou com Eva que Deus não era bom ao proibi-la de comer daquela árvore. Então Eva "tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu também" (Gn 3:6). O apóstolo Paulo explica que "Adão não foi enganado, mas sim a mulher" (1 Tm 2:14). Adão amava tanto sua esposa que quis ser tão culpado quanto ela. Por amor ele comprometeu a verdade.

O apóstolo João endereça sua terceira epístola "ao amado Gaio, a quem amo na verdade"                            (2 Jo 1:1; 3 Jo 1:1).     Verdade e amor se complementam.

É "seguindo a verdade em amor" que crescemos "naquele que é a cabeça, Cristo" (Ef 4:15).

É pela "obediência à verdade, visando ao amor fraternal e sincero" que purificamos nossa vida (1 Pd 1:22). Jesus andou aqui "cheio de graça e de verdade" (Jo 1:14).

 A verdade sem amor oprime, porém o amor sem verdade engana.



por Mário Persona, com adaptações.