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quarta-feira, 18 de março de 2015

A salvacao é condicional?




                           
                                  




A passagem em Colossenses 1:21-23 pode dar a impressão de que a salvação é condicional, e realmente dará se tirarmos o versículo 23 de seu contexto, não apenas na epístola, mas no conjunto das Escrituras: "SE, na verdade, permanecerdes  fundados e firmes na fé, e não moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido" (Cl 1:23). Mas entenda que este "se" não está aí como condição para colocar em dúvida a salvação de um crente verdadeiro e sincero, mas para nos julgarmos se realmente estamos salvos pela fé ou se estamos  tentando conquistar ou preservar nossa salvação pelas nossas obras ou comportamento. É pela fé que somos salvos e é pela fé que permanecemos  salvos, porque este é o alicerce ("fundados"). Veja a passagem toda:

"A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro." (Col 1:21-23)

Repare que Deus está falando de um verdadeiro salvo e de como ele mudou completamente de posição: de estranho e inimigo de Deus por causa de suas obras más, para reconciliado, santo, irrepreensível e inculpável aos olhos de Deus. Tudo isso aconteceu não por nossos méritos, mas pela obra daquele que "nos reconciliou no corpo da sua carne (de Cristo), pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis e inculpáveis". Não fomos nós mesmos que nos reconciliamos com Deus e nos apresentamos santos, irrepreensíveis e inculpáveis, mas tudo isso foi feito por Cristo. No que diz respeito ao nosso pecado, morremos com Cristo e no que diz respeito à nossa nova vida, estamos já ressuscitados com Cristo. A passagem abaixo diz tudo:

"Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos; sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos certamente mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor." (Rm 8:5-11).

Apesar de nossa condição atual ser ainda de pessoas vivendo em um corpo de carne e sujeito ao pecado, nossa posição já permanente é a de quem morreu e ressuscitou. Falta apenas passarmos da condição para assumirmos definitivamente a posição que já temos diante de Deus.
 É mais ou menos como um presidente que ganha as eleições: ele já tem garantida sua posição de presidente do país, mas sua condição é a de quem ainda aguarda o dia em que receberá a faixa presidencial. Quem conhece o processo sabe que nesse ínterim ele já deve comportar-se como presidente. Portanto, enquanto não estivermos em nossos corpos ressuscitados somos exortados a sermos aqui perante o mundo aquilo que já somos ali perante Deus. E aos olhos de Deus somos "santos, e irrepreensíveis e inculpáveis" (Cl 1:22).

O teste para qualquer um que diz ser cristão é observar se permanece fundado e firme na fé. Se permanecer, então ele é uma pessoa verdadeiramente santa e inculpável aos olhos de Deus. Quem é nascido de novo irá, sem dúvida alguma, permanecer na fé, mesmo que seu caminhar tenha altos e baixos.

Não é o fato de ele eventualmente vir a cair em pecado que irá significar que nunca foi salvo, 
"porque sete vezes cairá o justo, e se levantará; mas os ímpios tropeçarão no mal." (Pv 24:16).

A evidência de sua salvação está no voltar a se levantar, pois aquele que tem o Espírito de Cristo já é dele (Rm 8:9) e sua consciência não o deixará tranquilo enquanto estiver prostrado. A diferença entre o perdido e o salvo não está em este último ser incapaz de pecar, mas em ser capaz de confessar o seu pecado e voltar à comunhão com Deus. O ímpio, quando peca, não liga nem um pouco por ter ofendido a Deus e segue despreocupadamente em seu caminho de impiedade.

Portanto, o verdadeiro salvo não se moverá "da esperança do evangelho" que é, em sua essência, a graça ou favor imerecido de Deus para com o pecador. Ele pode perder sua comunhão com Deus e viver miseravelmente até recuperá-la, mas não perderá sua salvação que é eterna e foi dada gratuitamente por Deus, "porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento" (Rm 11:29). Mas aquele que um dia apenas professou crer (como Simão, o mago, de Atos 8:13) ou adotou uma religião deixando de lado alguns maus hábitos logo será como uma porca lavada que volta a se revolver no lamaçal. (2 Pe 2:22).

 Às vezes isto pode não ser muito evidente para quem enxerga de fora, pois uma das características do falso cristão dos últimos dias é que ele tem "aparência de piedade", ou seja, é hipócrita. (veja mais em 2 Timóteo 3). Este representa a semente que caiu sobre o terreno rochoso, que recebe a Palavra até com alegria (ou, como costumamos dizer, só no "oba-oba"), mas não tem raiz e logo se seca.

Mas a verdadeira fé tem raiz, pois é "fundada", isto é, enraizada e incapaz de sair do lugar. Já a falsa profissão cristã, tal qual planta seca, é desarraigada com facilidade e levada por qualquer vento, seja ele de doutrina ou de sedução carnal. Ao contrário da falsa conversão, a verdadeira fé faz a esperança do evangelho ficar cada vez mais preciosa ao coração à medida que o tempo passa, mas o falso cristão não gosta de ser confrontado com a Verdade da Palavra de Deus, preferindo agarrar-se aos dogmas e preceitos de sua religião, muitos deles sem qualquer base bíblica.

 A verdadeira fé sente o coração arder sempre que escuta falar de Jesus; sempre que lê ouve ou lê a Palavra de Deus;  a falsa fé só sente alegria com as manifestações exteriores da religiosidade humana, como títulos eclesiásticos, posição de destaque em sua religião, festivais, shows, eventos sociais na "igreja" etc.





por Mário Persona,com adaptações.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Jesus é Deus?



                                                             

Os versículos que mostram o Senhor Jesus como Mediador, não invalidam seu caráter de Deus. O que quero dizer é que não são características excludentes. Elas só parecerão excludentes a quem não quiser aceitar certas verdades da Palavra de Deus.

Por exemplo, Salmos 2:7-12 fala de Jesus como o Filho de Deus. Salmo 110:1 fala dele como Senhor.
O Salmo 45 fala de Jesus como "mais formoso do que os filhos dos homens", ungido "com óleo de alegria mais do que a teus companheiros", cujas "vestes cheiram a mirra e aloés e cássia", de "rei", de "Senhor" digno de adoração e, no vers. 6, de "Deus".

E Isaías 9 dá mais detalhes: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, DEUS FORTE, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz."

João 1:1 O chama de "Verbo", "e o Verbo era Deus"; Filipenses 2 fala dEle como sendo "em forma de Deus"; Hebreus 1 fala dEle como agente Criador, Mantenedor de todas as coisas, e diz: "E todo os anjos de Deus O adorem" (Você adora a Jesus?).

No vers. 8 do mesmo capítulo, ele repete o que diz no Salmo 45: "do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino." Colossenses 1 o chama de "imagem do Deus invisível".

 1 Timóteo 3:16 não deixa dúvidas ao dizer que "Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória."

E algumas passagens dos Evangelhos mostram atributos de Jesus que pertencem a Deus, como "Senhor do sábado" (Mt 2:28), perdoador de pecados (Lc 5:20), ressuscitador de mortos (Jo 11:43,44), e infinito em Suas obras (Jo:20:30,31). Ele foi reconhecido pelas pessoas como "verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo" (Jo 4:42).

 Imagine um homem chamado Adriano Fagundes. ele é o Adriano, mas ele é também o Fagundes. Não são nomes excludentes, apenas diferentes identificações ou atributos de uma mesma pessoa. veja isto:

"Vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR, e meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador". Isaías 43. Também "Porventura não sou eu, o SENHOR? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim". Isaías 45:21 "porque não há Salvador senão eu". Oséias 13:4

Então, depois disso tudo, vemos "Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor". Lucas 2:11 Aí temos um problema. Se Jesus é o Salvador, ou Ele é Deus, pois claramente não há outro Salvador, ou é um impostor.


por Mário Persona, com adaptações.

Incapaz de fazer




                         
                                                    
                                                  Jesus passa por Jericó e à beira do caminho há um mendigo cego que, ao ouvir o ruído da multidão, pergunta o que está acontecendo. A resposta é que “Jesus de Nazaré está passando” (Lc 18:35). Jesus era de Belém, mas por ter sido criado em Nazaré alguns o chamavam assim. Os nascidos em Nazaré eram discriminados, como você percebe na passagem do Evangelho de João, quando Natanael é informado por Filipe que haviam encontrado o Messias, “Jesus de Nazaré, filho de José”. Natanael contestou: “Nazaré? Pode vir alguma coisa boa de lá?” (Jo 1:45-46).

Mas se os homens dizem que é “Jesus de Nazaré”, não é assim que o cego o chama. Ele “se pôs a gritar: Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim!” (L 18:38). Chamá-lo de “Filho de Davi” era tratá-lo com a dignidade real que ele merecia. “Os que iam adiante o repreendiam para que ficasse quieto”, talvez embaraçados com o escândalo causado pelo cego, “mas ele gritava ainda mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” (Lc 18:39). 

O que acontece a seguir é significativo: “Jesus parou” (Lc 18:40).

Em um episódio no Antigo Testamento, quando o anoitecer poderia atrapalhar a vitória de Israel sobre o inimigo, “Josué exclamou ao Senhor, na presença de Israel: ‘Sol, pare sobre Gibeom! E você, ó lua, sobre o vale de Aijalom!’ O sol parou, e a lua se deteve, até a nação vingar-se dos seus inimigos” (Js 10:12-13). O Senhor é capaz de fazer o sol parar no meio do alto céu, mas aqui vemos um cego capaz de fazer o Senhor parar na terra.

Lemos em Isaías 57:15: “Assim diz o Alto e Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é santo: ‘Habito num lugar alto e santo, mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar novo ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao coração do contrito’”. Um pouco antes vimos um rico saudável perguntar a Jesus: “Que farei para herdar a vida eterna?” (Lc 18:18). 
Agora vemos um cego pobre que clama por misericórdia por saber que é incapaz de fazer coisa alguma. E como poderia, se precisou da ajuda de outros para saber que Jesus passava e ser levado a ele?


É Jesus quem pergunta: “‘O que você quer que eu lhe faça?’ ‘Senhor, eu quero ver’, respondeu ele. Jesus lhe disse: ‘Recupere a visão! A sua fé o curou’. Imediatamente ele recuperou a visão; e seguia a Jesus glorificando a Deus. Quando todo o povo viu isso, deu louvores a Deus.” (Lc 18:41-43). E você? Ainda está querendo saber o que  você tem que fazer para ser salvo? ou se reconhece incapaz ao ponto de deixar que Jesus faça por você? 

por Mário Persona, com adaptações.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Todos os salvos irão para o céu?

                                                                      



Não, nem todos os salvos irão para o céu. existem diferentes grupos de salvos com diferentes promessas e expectativas. A Igreja é uma criação celestial de Deus com um destino celestial, enquanto o Israel redimido (e os gentios que serão abençoados juntamente com Israel no reino) é um povo terreno que possui uma porção e destino igualmente terrenos. Portanto, numa primeira etapa, os que sobreviverem à grande tribulação entrarão no reino terreno durante o Milênio e serão pessoas (judeus e gentios) convertidas como os israelitas e prosélitos que encontramos no Antigo Testamento.

Essas pessoas entrarão no reino milenial de Cristo na terra com os mesmos corpos que temos hoje, ou seja, não estarão ressuscitados ou transformados, não terão corpos glorificados, mas corpos naturais, apesar de viverem até idade avançada. Isaías 65:20 descreve esse tempo assim:

 "Nunca mais haverá nela uma criança que viva poucos dias, e um idoso que não complete os seus anos de idade; quem morrer aos cem anos ainda será jovem, e quem não chegar aos cem será maldito".
Portanto, ainda que o idoso passe dos cem anos, mesmo assim morrerá. Será um reino de justiça, mas no qual ainda haverá pecado pois a cada manhã haverá juízo e serão mortos os que pecarem."Pela manhã destruirei todos os ímpios da terra, para desarraigar da cidade do Senhor todos os que praticam a iniquidade" ( Sl 101:8). Será um reino de paz e felicidade, mas ao mesmo tempo de justiça contra o pecado.

Mesmo assim muitos (talvez principalmente os que nascerem nesse período) serão no final iludidos quando Satanás for solto por um breve tempo. Estes serão os que se revoltarão contra o Senhor no final e serão mortos. Satanás então será condenado ao lago de fogo e virá o grande trono branco de que fala Apocalipse para serem julgados e condenados todos os que desde Caim morreram na incredulidade. No juízo final, também conhecido como grande trono branco, ninguém sairá salvo, pois os que forem salvos já o terão sido antes desse evento.


"E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo." (Ap 20:11-15).


Então será inaugurado o "estado eterno", onde haverá novos céus e nova terra, porém a Bíblia não fala quase nada desse estado porque não entenderíamos por ser algo fora do tempo e da matéria. "E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe." (Ap 21:1). Na nova terra habitarão os que habitaram no reino milenial na terra, porém então já estarão com corpos glorificados. Enquanto isso, a Igreja que terá sido arrebatada antes do período de sete anos de tribulação que precede a vinda de Cristo para estabelecer o seu Reino, habitará nos novos céus. Creio que nesses "novo céus" estarão também várias outras classes de pessoas que morreram na fé e não faziam parte da Igreja. Você pode imaginar a multidão desses só de pensar nos abortivos, nas crianças mortas, nos que foram salvos e morreram antes de Cristo etc.

Existem privilégios que pertencem a toda a família de Deus, que são de propriedade comum a todo o Seu povo, seja ele formado pela Igreja ou pelos santos do Antigo Testamento, do milênio etc. Todos estes possuem o novo nascimento, um lugar na família de Deus, comunhão com Deus etc.
Os cristãos possuem estas coisas e muito mais. As bênçãos cristãs são de um caráter muito mais elevado e estão fundamentadas na redenção já consumada e na aceitação que o Senhor desfruta à destra de Deus. A posição que o Senhor Jesus ocupa à destra de Deus é indicada nas epístolas de Paulo pela expressão “Cristo Jesus”. Quando as Escrituras dizem “Jesus Cristo” estão se referindo ao Senhor descendo dos céus para fazer a vontade de Deus em cumprir a redenção por meio da morte; quando as Escrituras dizem “Cristo Jesus” elas estão se referindo a Ele ressuscitado e elevado às alturas à destra de Deus.

O que é maravilhoso na graça de Deus é que os cristãos são mencionados como estando “em Cristo Jesus” -- não “em Jesus Cristo”. Isto significa que nossas conexões com Ele não são como as que Ele tinha neste mundo com Israel, mas do modo como Ele está agora, como a Cabeça ressuscitada e ascendida da nova criação (2 Co 5:16-17).

 Estar “em Cristo” significa que ocupamos o mesmo lugar de aceitação que pertence a Cristo diante de Deus! A mesma medida de aceitação que Jesus desfruta à destra de Deus é a que nos pertence, pois permanecemos no lugar que pertence a Ele diante de Deus (1 Jo 4:17). Nós olhamos para o alto e vemos um Homem na glória com todo o favor de Deus colocado sobre ele, e sabemos que esse é também o nosso lugar. Que posição maravilhosa esta em que a graça soberana nos colocou!

por Mario Persona